Um dos maiores ídolos do Peñarol, arqueiro defendeu o Atlético entre 1972 e 1974
O Galo enfrentou o Peñarol nesta terça-feira (22/4) pela Copa Conmebol Libertadores, na Arena MRV. Um duelo de muita história e tradição, com uma lendária figura sendo ponto em comum entre os clubes: Ladislao Mazurkiewicz. Antes da partida, na sede de Lourdes, o Atlético teve a honra de receber a visita de familiares do aclamado ex-goleiro.
Alessandra Mazurkiewicz e Leonardo Mazurkiewicz, filhos do ex-goleiro, e Santiago Mazurkiewicz, neto, foram recebidos pelo presidente Sérgio Coelho e o vice-presidente Márcio André de Brito. A família Mazurkiewicz, que integrou a delegação do Peñarol, foi presenteada com uma placa de reconhecimento aos serviços prestados por “Mazurka”.
Mazurkiewicz marcou época como goleiro do Peñarol e da Seleção Uruguaia. Quando foi comprado pelo Atlético, em dezembro de 1971, na reta final da campanha do título brasileiro, era considerado um dos melhores do mundo da posição, tendo recebido tal título simbólico após a boa participação na Copa do Muno de 1970.
“Os gritos da torcida do Galo comemoravam a chegada de um dos maiores goleiros do mundo, que já é seu novo ídolo” – Revista Placar de 17 de dezembro de 1971.
Primeiramente com a camisa 25, Mazurka estrearia no gol do Atlético na Libertadores de 1972. O Galo não conseguiu avançar na fase de grupos, que tinha Olimpia, Cerro Porteño e São Paulo como rivais. Com muitas lesões de azar (mão quebrada, dor na lombar), o goleiro uruguaio fez 89 jogos em três temporadas pelo Galo. Não conquistou títulos, mas deixou seu legado de talento e inspiração.
A lenda do gol
Ele estreou pelo Peñarol em 1965, num teste de fogo: enfrentou o Santos de Pelé pela Copa Conmebol Libertadores. Em 1966, venceu a Libertadores numa final emocionante diante do River Plate. No terceiro e decisivo jogo, o River fez 2 a 0. O Penãrol empatou e levou a taça com dois gols na prorrogação. No mesmo ano, Mazurkiewicz foi titular do Uruguai na Copa do Mundo, fechando o gol na primeira partida, contra os donos da casa, a Inglaterra.
O goleiro, chamado de herdeiro de Lev Yashin (o “Aranha Negra”), disputou 13 jogos nos Mundiais de 1966, e 1974 (recorde no Uruguai). O ex-jogador da URSS entregou suas luvas a Mazurkiewicz no jogo de despedida, em 1971. Um presente para o herdeiro.
No México, inclusive, ficou marcado por dois lances antológicos, nos quais quase foi vítima de Pelé. Na semifinal da Copa de 70, o Brasil venceu o Uruguai por 3 a 1. Pelé quase fez um gol de bate-pronto após Mazurka cobrar mal um tiro de meta. E, no fim do jogo, o “gol perdido” mais bonito do mundo: o rei do futebol driblou o goleiro sem encostar na bola, num corta-luz, e chutou para fora.
“É sempre bom lembrar que ele (Pelé) errou! Eu fiz o suficiente para deslocá-lo”, afirmava um risonho Ladislao Mazurkiewicz.