Com avanços estruturais, operacionais e tecnológicos, casa do Galo é exemplo de inclusão
A Arena MRV encerra mais uma temporada reafirmando seu compromisso com a inclusão e a oferta de uma experiência digna e segura aos torcedores com deficiência e ao público prioritário.
Desde o diagnóstico inicial realizado no início da operação, em 2023, a gestão de acessibilidade do Atlético tem conduzido uma transformação profunda. Mesmo que desde a concepção do projeto sempre houvesse cuidado com o tema, o foco no conforto físico, mobilidade e infraestrutura foi ampliado.
“Hoje, a arena já opera com avanços sólidos em acessibilidade comunicacional e atitudinal e se prepara para enfrentar o próximo desafio: a acessibilidade digital e tecnológica, indispensável para um modelo verdadeiramente inclusivo”, é o que revela o coordenador de acessibilidade do Atlético, David César.
De acordo com relatório apresentado pela Hope Soluções, empresa contratada pelo Galo este ano para realizar os atendimentos às pessoas com deficiência, mobilidade reduzida e público prioritário, foram realizados 1.689 atendimentos nas 25 partidas realizadas na Arena MRV em 2025. Desse total, 823 foram para pessoas com mobilidade reduzida, 263 para idosos e 250 para aqueles que necessitavam de cadeiras de rodas.
Com a chegada da equipe especializada e a coordenação técnica do setor de Acessibilidade, a operação ganhou unicidade de atuação entre atendentes prioritários e brigadistas, fluxos claros para entrada, permanência e saída do torcedor. Além disso, há registros formais de cada atendimento, incluindo nome do torcedor, condição prioritária, setor e demanda. Acolhimento humanizado e empático, queda significativa nas reclamações e o aumento dos elogios nos canais oficiais são resultados dessa transformação.
Arquitetonicamente acessível em todos os setores, os atendimentos passaram a ter início em uma tenda de acessibilidade localizada no acesso principal da Arena MRV para melhorar a experiência do público prioritário. Com o conhecimento desse serviço, os torcedores já procuravam pelos atendentes logo na chegada ao estádio, o que acarretou 1.015 atendimentos nessa entrada principal.
Um dos avanços mais significativos foi a implementação de intérprete de Libras, disponível nos dias de jogo. O serviço realizou 49 atendimentos, oferecendo apoio em bares, pontos de alimentação, orientações de portão e situações de deslocamento, inclusive para torcedores visitantes. “Hoje, o torcedor atleticano surdo não tem mais a sensação de ser ‘um estrangeiro no seu próprio país’. Ele pode se comunicar tranquilamente”, ressalta David.
Espaço Sensorial e acolhimento a torcedores autistas
A Arena MRV inaugurou em junho, em parceria com a Clínica Florescer, seu Espaço Sensorial, destinado ao acolhimento de torcedores autistas. Além disso, a clínica parceira patrocinou 30 abafadores sensoriais utilizados diretamente nas arquibancadas. A equipe de acessibilidade também recebeu da clínica treinamentos específicos para atuação em momentos de crise sensorial, com protocolos claros para identificação, estabilização e retorno seguro ao jogo. Os resultados foram avaliados como “extremamente positivos”, segundo a coordenação.
O próximo desafio da inclusão
O próximo passo do Atlético com relação à acessibilidade da Arena MRV está voltado a encontrar soluções para pessoas com deficiência no que se refere à inclusão digital, como no reconhecimento facial, por exemplo. Apesar dos avanços expressivos, o Clube já identificou que alguns torcedores com deficiência enfrentam dificuldades no que se refere ao tema. “Estamos construindo soluções em diálogo direto com as próprias comunidades e pessoas com deficiência, para desenvolver as melhores estratégias de inclusão digital”, finalizou o coordenador.
