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Pós-jogo

Atlético x Del Valle: coletiva de imprensa com Sampaoli

Técnico analisa vitória e vaga na final da Sudamericana

29/10/2025 01:13
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Foto: Pedro Souza / Atlético
Foto: Pedro Souza / Atlético

Pergunta: Queria que você falasse sobre os planos para o Atlético ter o domínio do jogo, como teve o Alan Franco fazendo muito bem o lado direito da defesa, com a ausência do Gustavo Scarpa, e como foi a comemoração desse gol do Hulk…

Sampaoli: “Eu creio que foi um jogo que saiu tudo conforme planejamos. O time foi claramente superior. A equipe fez um dos melhores primeiros tempos desde que eu estou aqui. Bem, feliz por isso. E contente também porque o Hulk, depois de várias partidas, encontrou o gol. Seguramente, isso devolverá a confiança a ele e à equipe. E, se os gols seguem aparecendo, também seguirá as possibilidades de melhorias”.

Pergunta: A importância da Copa Sudamericana para o Galo, não só para essa temporada, mas para a próxima. Além do título internacional, vale vaga na Libertadores e terá a Recopa. Qual a sua satisfação de ver o time crescer de produção para chegar a uma final como essa?

Sampaoli: “Sim… Sinceramente, quando chegamos, não imaginávamos que o time poderia dar uma resposta como a que está dando agora, melhorando pouco a pouco. Creio que o jogo de hoje nos deu… Nós vínhamos de 72 horas de uma partida, o rival, que é uma grande equipe, vinha descansado. Mas, sinceramente, creio que os jogadores jogaram com muita paixão, muito coração. A verdade é que isso nos dá esperança, dá ao Clube a possibilidade de jogar… De entrar em uma Copa Libertadores do ano que vem, tendo essa chance de ser finalista. E, bem, esperamos ter a mesma convicção de hoje quando formos enfrentar à equipe que for a nossa adversária na decisão”.

Pergunta: Hoje, o Bernard atuou como falso 9, Dudu pela esquerda e o Rony na direita. O que te fez avaliar o Bernard como esse jogador mais central, e marcando gol hoje como centroavante?

Sampaoli: “Eu creio que… O Bernard, para mim, hoje, é um dos melhores jogadores do time. Tem muita… Aproveita muito a vantagem posicional, tem grande qualidade, qualitativamente. E apresenta um bom futebol onde joga. Hoje, a ideia é que ele jogue de falso 9, para que Rony e Dudu apareçam na profundidade. Somando um jogador a mais no meio de campo. E aconteceu de ele chegar ao gol, chegou muitas vezes, deu passes, e está num grande momento. Estou feliz por ele, é um grande menino e merece”.

Pergunta: Eu queria tratar do Bernard no aspecto anímico. Você encontra um jogador que volta ao primeiro clube, cara que fez gol numa semifinal de Libertadores de 2013. E você o encontra praticamente um ano sem conseguir render, se cobrando muito, com poucas oportunidades. Qual seu papel nessa parte anímica para tirar do Bernard a confiança que ele, claramente, apresenta hoje?

Sampaoli: “Cada treinador tem uma maneira de jogar. Para minha forma de jogar, é um jogador (Bernard) que, pela sua capacidade, era vital recuperá-lo. Ele, realmente… O que eu poderia fazer era enchê-lo de confiança. Mas ele conseguiu demonstrar sua capacidade. Desde que chegamos aqui, ele se tornou um jogador determinante. A equipe não tem tantos gols com os atacantes, estatisticamente, faz muito tempo que não havia gols de centroavantes. Bem, por sorte, conseguimos converter gols com Hulk e Bernard. E isso nos dá uma possibilidade concreta de chegar na final, mais além da solidez da equipe, ter gols de jogadores tão importantes sempre nos dá a chance de ganhar jogos”.

Pergunta: O Atlético chegou à final continental no ano passado, mas não foi bem. Agora, é pela Copa Sudamericana. Como fazer com que os torcedores esqueçam o ano passado, para não ter aquele trauma, pensando que é um ano diferente, técnico diferente, e a confiança é diferente com você.

Sampaoli: “Não sei, é futebol. Não sei. Eu creio que o torcedor tem que estar feliz porque o time conseguiu uma final em um ano que, creio, ninguém acreditava que o time poderia chegar à essa etapa. Eu creio que deveria estar muito feliz, porque dá a chance de jogar uma final internacional em um ano bastante difícil do Clube. O que conquistaram esses jogadores em pouco tempo, tem que colocar o torcedor contente. Depois, o que vai passar na final há vários fatores que ninguém controla e são capazes de decidir a competição. Mas eu estou feliz pelo feito de chegar na final. Iremos preparar a equipe da melhor maneira”.

Pergunta: Agora, a final em campo neutro, a quase 2 mil km de BH. Desde quando você voltou, a torcida, que não parou de cantar em nenhum momento… Como você avalia agora, até para convocar a torcida agora para a final no Paraguai.

Sampaoli: “Acho que a torcida do Galo é muito leal à equipe. Mesmo não tendo um ano tão bom, estão sempre presentes, apoiam. É um dos motivos que me fazem estar aqui. E eu considero que, seguramente, estará coberto de torcedores do Galo na final. Porque, realmente, mais além da irregularidade do time desse ano, há uma possibilidade muito atrativa para o torcedor (estar na final). Se abrem esperanças”.

Pergunta: Nesse time que você escala hoje, você recupera o Vitor Hugo, dá sequência ao Fausto Vera, o Dudu é protagonista, o Bernard é decisivo. Você passou por altitudes na Bolíva e no Equador. Qual o tamanho da sua contribuição para essa final continental?

Sampaoli: “Sinceramente? Tratamos de organizar o time de alguma forma. Porque o tempo de trabalho não é muito. Temos muita predisposição dos jogadores. Há lesões importantes em jogadores importantes. O time sempre, no Brasileirão, lutando nas zonas inferiores, tentando, não podendo sair em alguns momentos. Então, tudo isso, paralelamente, é complicado viajar para a altitude, Bolívia, Equador, jogando a cada três dias. Então, há um grande compromisso dos jogadores para que isso (estar na final) aconteça. Eu creio que, mais além de haver uma projeção, uma maneira de jogar, creio que há um grande mérito dos jogadores. Sinceramente, creio que eu dou crédito a eles, porque jogaram uma grande partida contra um grande rival, que já conhece muito esse torneio, e a equipe teve hierarquia e teve paixão”.

Pergunta: Você falou sobre a contribuição dos jogadores. E você tem alguns jogadores com história no futebol, o Hulk no Atlético e tudo que ele fez por grandes clubes na Europa, o Dudu tem história linda no futebol brasileiro. De certa forma, você, com a sua comissão técnica, vocês provocaram esses jogadores, no bom sentido, para que eles pudessem voltar a ser o que sempre foram? O Dudu teve trabalho físico especial? O Hulk acabou de declarar que está sem tomar taça de vinho, fazendo renúncias para poder jogar bem. De certa forma, a sua comissão técnica ajudou nisso?

Sampaoli: “A comissão técnica tem um bom nível e tem ajudado muito no aspecto físico. A Dudu, particularmente, porque, na verdade, ele vinha… Estava muito desmoralizado, inclusive, sem a capacidade de repetir muitos esforços. Hoje, para nós, é um jogador que termina (as jogadas). O Hulk é um jogador que vinha passando por uma sequência negativa de gols. Hoje, fez o gol. E isso gera, de maneira progressiva, melhoras. Agora, a gente tem outra final no domingo e temos que nos preparar bem. Porque, sem dúvidas, há um torneio no qual vamos jogar a final, mas há outro torneio no qual temos que lutar para seguir escalando na tabela de classificação, porque nos incomoda estar no lugar atual”.

Pergunta: Queria perguntar sobre sua conexão com a torcida, que grita “É Sampaoli”. Pois, depois de cinco anos da sua primeira passagem, há uma reconexão com esse povo mineiro que te abraça tanto. Como você enxerga isso?

Sampaoli: “É estranho. Em 2020, havia a pandemia, então, o time jogava muito bem, mas a torcida não podia estar no estádio. Eu não tive conexão com o torcedor do Galo, pessoalmente falando. Mas seria algo especial. Sinceramente, estou aqui, um dos motivos para eu estar nesse clube, inclusive, é pelo pedido da torcida. A verdade é que fico feliz com isso, porque na verdade não tive contato com a torcida por causa da pandemia. E meu nome gerou tanta repercussão, isso me dá alegria”.

Pergunta: Hoje, você completou 25 jogos como técnico do Atlético à beira do campo como mandante. E o Atlético nunca perdeu com você na beira do campo. Antes da sua chegada, o Galo vinha numa sequência ruim como mandante, perdendo partidas, inclusive na Sul-Americana. A que você atribui essa ligação?

Sampaoli: “Às vezes o futebol dá a possibilidade de coincidir com um montão de aspectos. Eu creio que há uma energia que recuperamos em relação a jogar nesse lugar (Arena MRV). Também temos a obrigação de nos recuperar jogando fora de casa. Aqui (de mandante), nunca me aconteceu de perder. Feliz por isso, há uma grande conexão que espero que se mantenha”.

Pergunta: Eu queria te perguntar sobre a La U, que pode ser a finalista contra o Atlético na Copa Sudamericana, com quem você tem conexão muito forte. E sobre a final ser única, você sempre falou do futebol como paixão popular. A final em Assunção tira muita gente dela. Qual a sua opinião sobre ela?

Sampaoli: “Eu creio que a final única está já decretada no mundo faz um montão de tempo. Bem, temos que aceitá-la. Se eu pudesse escolher, gostaria de jogar em duas partidas. Mas isso já está definido. Sobre esse possível rival, o único título internacional que ganhei a nível de clubes, foi com La U na Copa Sudamericana. Hoje, a Universidad de Chile está disputando com o Lanús na semifinal. Seja qual for o rival, seguramente, será muito difícil, muito difícil. E temos que nos preparar muito bem para esse jogo”.

Pergunta: No primeiro jogo, o Del Valle teve muita disputa na altitude. Hoje, o Atlético dominou mais. Houve alguma mudança tática que foi fundamental para essa mudança?

Sampaoli: “Eu acho que é muito diferente jogar na altitude. Eu já treinei no Equador em 2011, no Peru… E a altitude modifica qualquer… A equipe precisa saber jogar ali. Na Bolívia, foi mais difícil, todavia. Mas o que conquistamos foi a solidez defensiva. É um compromisso defensivo muito alto, não só dos defensores, mas dos meias. Então, a equipe pode competir de outra forma”.

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