Galo x Fluminense: coletiva de imprensa com Everson

Pergunta: Teremos casa cheia na Arena MRV, amanhã. Qual a importância do torcedor para essa partida?

Everson: “Boa tarde a todos! Falar da Massa Atleticana é chover no molhado. Sabemos dessa sinergia que a torcida do Galo tem, ainda mais na Libertadores. Peço aqui mais uma vez, reforço, nosso pedido para termos o apoio deles, naquela sinergia como em 2013, é de suma importância para que, juntos, possamos ter a vitória e a classificação para estarmos entre as quatro melhores equipes da Libertadores”.

Pergunta: Hoje, o Atlético publicou uma carta do Hulk sobre esse histórico de virada do Galo. Queria que você falasse sobre o clima do vestiário do Galo na tentativa de reverter essa desvantagem.

Everson: “Nós, jogadores, também acompanhamos a postagem do Galo, do Hulk. O Hulk é nossa referência, nosso capitão. Fizeram um vídeo colocando a história do clube, em 2013, 2014, em 2021, apesar de termos sido campeões do Brasil com pontos na frente, até o jogo do título, foi sofrido, conseguimos a virada em menos de seis minutos. Contra o Flamengo, na Supercopa, quatro penalidades que poderiam dar o título para eles, pude fazer duas defesas, duas para fora. É a história do Atlético e do nosso elenco também, que já reverteu momentos adversos. Então, esse é o espírito do vestiário. Acreditamos, tão fortemente quanto o torcedor, que podemos conseguir essa classificação para a semifinal da competição”.

Pergunta: No jogo passado, o torcedor gritava que quarta-feira é guerra. Como levar esse clima bélico, a empolgação do torcedor, para dentro de campo? Até para não deixar os jogadores mais experientes do Fluminense “deitarem” para cima dos jogadores do Atlético…

Everson: “Você tem que estar mentalmente muito forte para um jogo decisivo, que traz uma carga emocional, nervosismo. Estamos fortes psicologicamente, equilibrados. Apesar dessa batalha difícil que iremos enfrentar. Estamos no espírito para fazer um grande jogo e passar por qualquer adversidade na busca pela classificação”.

Pergunta: O Fluminense deve vir com bloco baixo, jogando de maneira reativa. Como fazer, em termos de ideia de jogo, para conseguir, quem sabe, fazer um gol no primeiro tempo sem se expor tanto.

Everson: “Primeiro, é saber jogar o jogo. Saber que a equipe adversária tem a vantagem e vão jogar com ela, é normal. A gente soube usar isso contra o São Paulo na Copa do Brasil. Libertadores é diferente. A gente tem que saber estar equilibrado. Vamos trabalhar à tarde para que possamos furar um pouco o bloqueio do time do Fluminense, que tem jogadores de velocidade, equipe perigosa. É saber jogar de forma equilibrada, sem dar tantos espaços para o contra-ataque deles. E atuar no campo do adversário para buscar o primeiro gol, chegando ao empate na série, e, depois, ir em busca do gol da classificação”.

Pergunta: Tem torcedor que não dorme, fica pensando no jogo o tempo todo. Você tem grande identificação com o clube. Como fica a cabeça do Everson às vésperas de uma decisão como essa?

Everson: “Primeiramente, muito estudo. Desde domingo à noite, venho estudando muito a equipe do Fluminense, característica dos jogadores, individual, bola parada. Então, é fazer o dever de casa bem feito, muito estudo, para estar preparado na hora do jogo. Consequentemente, estar bem mentalmente, sabendo de todas as situações que possam acontecer no jogo, seja de maneira positiva ou negativa. Concentração, sabendo que eu posso ser uma peça importante. Questão de sono, sempre dormir nos horários normais, descansar bem o corpo, dar a nossa parcela de contribuição e conseguir a classificação”.

Pergunta: Você falou que existem qualidades no time do Fluminense que precisa de atenção. Para você, na questão defensiva, quais são essas qualidades e o que você está preparando para bloquear elas?

Everson: “A equipe do Fluminense tem várias qualidades, principalmente no ataque. Arias é um jogador interessantíssimo. Ganso é um jogador que, se der espaço para ele, vai colocar os atacantes deles em condição de finalizar. Tem uma bola parada, de escanteio… São vários atributos, não cabe a mim falar muito sobre isso. Do mesmo jeito que estamos estudando a equipe deles, eles também estão estudando a gente. É um jogo que precisamos estudar muito o adversário, estar mentalmente bem, jogo de detalhes. Estamos sempre analisando. É um adversário de qualidade, igual a nós. É respeitá-los, é o atual campeão, mas também temos qualidade e condições de buscar a classificação.

Pergunta: Você falou de estudo, e goleiro estuda bastante disputa de pênaltis. Existe essa possibilidade. Você já foi decisivo nos pênaltis. Você treina isso no dia a dia? Ou existe um acréscimo em véspera de um jogo como esse?

Everson: “Tem dois meses que estamos enfrentando essa situação de copas (Copa do Brasil e Copa Libertadores) com chance de enfrentar uma disputa de pênaltis. Lógico, quando há jogo de copa, a ênfase do treinamento de disputa de pênaltis é maior. Estamos trabalhando para conquistar a classificação, independentemente de ser no tempo normal ou nos pênaltis. Estamos trabalhando há dois meses. Hoje, com certeza, vamos trabalhar. Há os estudos dos adversários para que possamos fazer o que fizemos, por exemplo, contra o Boca na Libertadores (2021) e diante do Flamengo (Supercopa 2022)”.

Pergunta: O Galo ficou 14 jogos sem perder no início do trabalho do Milito. E a característica daquele time era tentar o primeiro gol nos primeiros 20, 25 minutos. Com essa necessidade agora, chegou a se falar de resgatar aquela forma de o Galo jogar, de amassar os adversários no começo?

Everson: “Temos essa qualidade e capacidade de poder se adaptar a todo trabalho possível. Quando o professor Milito chegou, tínhamos esse estilo de atacar muito. Com o passar do tempo, os adversários viram brecha no nosso jeito de jogar, e acabaram aproveitando o espaço que a gente tinha nas costas. A gente se aprimorou nisso, passamos a levar menos gols, o que é muito importante, para retornar o caminho da vitória. Vamos trabalhar para ver a melhor situação possível para atacar ao máximo a equipe do Fluminense e deixar o mínimo de espaço para eles”.

Pergunta: Você também cobra pênaltis. Se por acaso for para a disputa de pênaltis, você estaria entre os cinco primeiros a cobrar?

Everson: “Vai depender do trabalho da semana, e da opinião do treinador. Estarei apto a defender, e, se precisar, terei condições de bater, também. Tenho esse diferencial como goleiro. Me sinto bem à vontade com essa responsabilidade de bater pênalti. Quero ajudar de toda forma possível para ajudar o Galo ao máximo”.

Pergunta: Você está na sua quarta Libertadores pelo Galo. Queria que você me dissesse, na sua avaliação, o que faltou ao Atlético nas três eliminações passadas, e que não pode faltar amanhã?

Everson: “A primeira é fácil. Em 2021, acabou sendo detalhe, o gol fora nos eliminou, saímos de forma invicta. Foi o que mais nos doeu. Tomamos um gol dentro de casa que nos eliminou. O detalhe pecou do nosso lado, não tirando mérito do Palmeiras, mas tiveram mais sorte que a nossa equipe. Jogamos com jogador a mais, tivemos bola na trave no final. Faltou detalhes nos três jogos. Vamos trabalhar para que esse detalhe, se houver, seja a nosso favor”.

Pergunta: Qual será o papel da torcida amanhã? O Cuca, uma vez, disse que a torcida tinha que trabalhar em determinado jogo. Vai ser assim, também?

Everson: “Com certeza, a participação do torcedor será de suma importância para nós. Ter aquela sinergia para jogar junto com a gente. Vamos fazer de tudo que estiver a nosso alcance para conseguir a vitória. Ele entender que teremos situações de dificuldade dentro do jogo, e eles precisarão nos abraçar nesses momentos. Saber que estaremos lutando por eles para conseguir essa tão sonhada classificação. E que ele resgate aquela sinergia de 2013, quando o Galo obteve duas viradas dentro de casa e conquistou o título. Quem sabe a gente não faz uma grande partida e busca uma grande classificação para a história do Clube, ao lado da Massa Atleticana, que está sempre jogando junto com a gente”.

Foto: Pedro Souza/Galo