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Libertadores

Galo x San Lorenzo: coletiva de imprensa de Bernard

Confira as respostas do camisa 20 do Atlético antes da partida na Argentina

12/8/2024 16:18
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Foto: Pedro Souza/Galo
Foto: Pedro Souza/Galo

Pergunta: Seu primeiro jogo internacional na volta ao Galo, e na Argentina, de ótimas recordações. Fale um pouco desse jogo.

Bernard: Libertadores é sempre uma competição diferente. Me traz boas lembranças. Na única Libertadores que eu participei, conquistamos o título. Claro, agora é diferente, o futebol mudou muito nesse período. Jogar na Argentina é sempre complicado, então estou bastante feliz e sabendo da responsabilidade e da dificuldade que iremos enfrentar nesses dois jogos.

Pergunta: Qual avaliação você faz nesses primeiros jogos que já fez?

Bernard: Eu me cobro muito, em dar resultados, estar cada vez melhor. Também entendo que eu tenho que ter paciência comigo mesmo. Não posso me pressionar a ponto disso me atrapalhar dentro de campo, mentalmente. São muitos anos fora, venho para um clube com técnico diferente, jogadores diferentes, estou jogando de forma diferente. Preciso ter essa calma comigo mesmo, ainda que o futebol brasileiro, muitas vezes, não permite essa paciência. É lógico que eu tenho essa consciência, me cobro bastante para render, dar o meu melhor o mais rápido possível. Eu tenho noção disso. Mas também tenho cabeça no lugar para saber que as coisas irão se encaixar, vão se adaptando, entrando no ritmo. Eu vim de férias, no meio do campeonato, são várias questões que podem influenciar. Mas estou dando o meu melhor para o Atlético.

Pergunta: O Milito é um técnico que monta o time de acordo com o adversário, não tem um time titular pré-definido. Como é essa conversa?

Bernard: Ele deixa muito claro que não temos um onze titular, temos um grupo que temos que estar todos preparados para as situações que vamos enfrentar. Tem jogos que eu não joguei, o Fuchs também não jogou. O futebol no Brasil exige um grupo qualificado, para que podemos fazer mudanças e o time não exigir isso. Nesse último jogo contra o Cruzeiro, fizemos mudanças táticas e o time foi bem no jogo, marcou bem e causou perigo na equipe adversária. Tivemos posse de bola alta, mais finalizações a gol. É a forma que ele enxerga, se dedica 24h para o futebol, estuda o adversário. Algumas vezes a torcida pode não entender, mas eu tenho certeza que ele sabe o que é melhor para o Atlético. E, nós jogadores temos que entender também, conversamos sobre isso, deixar o ego de lado, e buscar o que é melhor para o coletivo, para e pelo Galo. Temos que ter noção de entender o que o Milito pede para o time. Se vamos entrar ou não, é dar sempre o melhor para o time.

Pergunta: O seu posicionamento atual é já o que vinha fazendo no Panathinaikos ou você está em período de adaptação? Você chega a conversar com o Milito sobre sua posição tática?

Bernard: A gente tem essa conversa, sim. Mas não é uma posição que, podemos dizer, natural minha. Eu nunca fui jogador que atuei pelo lado direito do campo. Na minha ida ao Panathinaikos, eles precisavam de um meia-atacante mais centralizado, mais pelo lado direito. Eu falei que não era a minha característica, mas poderia ajudar da melhor forma possível. Tanto que na última temporada, onde eu rendi bastante em termos de assistências e gols, atuei caindo mais pelo lado esquerdo. Então, é uma questão de necessidade, às vezes, pelo que o time tá precisando. As coisas vão encaixando e eu me adapto ao que o técnico pede e ao que o time necessita.

Pergunta: Mais um jogo sem o Hulk, jogo importante. O que muda no setor ofensivo sem essa referência? Como você classifica esse desfalque?

Bernard: Ele é essencial, decide jogos, faz diferença e vai fazer muita falta para a gente. Mas entra naquele quesito que falei: temos um grupo qualificado, entende o que o treinador pede e tenta colocar em prática. Não teremos um jogador igual ao Hulk, mas temos outros jogadores que podem render e nos ajudar dentro de campo, como o Cadu, o Deyverson que chegou agora mas é bastante experiente, entende e sabe a importância de um jogo de Libertadores. Vamos nos adaptando, entendemos as diferentes características. Mas, no dia a dia, vamos conversando e nos entendendo, na movimentação, de como o companheiro gosta do passe, buscando um melhor entrosamento para buscar os resultados para o time.

Pergunta: Em 2013 o Galo tinha o Jô como camisa 9 (função de centroavante), e com a chegada do Deyverson, como isso pode mudar para vocês?

Bernard: Igual eu disse antes, características diferentes do Hulk, que gosta da bola no pé, partir para o um contra um. o Deyverson vai muito bem nas bolas aéreas, tem a qualidade da bola no pé. Tem característica parecida com o Jô. Então, a gente tem que tentar fazer um pouco diferente do que fazemos se fosse o Hulk. Quando a bola for nele, é tentar aproximar bastante, para dar opção. No Deyverson vamos tentar ir na segunda bola, uma “casquinhada”, ficar atento na segunda bola. É importante fazer essa bola longa contra equipes que pressionam, buscando ficar mais perto do gol. Com o Deyverson teremos essa características, força na bola aérea ofensiva. Perdemos em alguns quesitos, ganhamos em outra. Ter essa diversidade dentro do grupo é muito importante para o time.

Pergunta: Você, o Deyverson e o Scarpa já foram campeões da Libertadores. Isso faz alguma diferença dentro de campo? Como vocês trocam isso com a galera dentro do time?

Bernard: Eu falo muito isso: quando você sente o gosto de poder vencer uma competição como a Libertadores, você quer sentir sempre, poder levantar mais uma taça. Acredito que seja a mais importante do continente. Quem não venceu tem essa gana de vencer. Eu deixo algumas dicas, converso sobre a forma como foi pra gente em 2013, não foi nada fácil. Então, é importante ter essa comunicação. Mas, dá pra ver, no dia a dia, com os outros jogadores, eles têm esse desejo, o nosso técnico também deixa claro que é uma competição que, mesmo vivendo um momento mais difícil no campeonato, parece que a chave vira, entramos com atenção e desejo maior, Libertadores pede isso. Acredito que, nesses dois jogos, teremos que mostrar muito disso: concentração e foco. Pegaremos um adversário bastante qualificado.

Pergunta: no sábado, o Galo passou por um jogo com torcida rival em peso. Agora, deve ter o mesmo cenário. Como o time lida com isso?

Bernard: Sabemos que, contra times da Argentina, o cenário é bastante difícil, a torcida adversária faz diferença, eles comparecem e empurram o time. Ter um elenco que entende o elenco e saber que, em alguns momentos… Como falei antes, temos que saber sofrer, e precisamos ter casca, saber defender bem, passar essa pressão, e conseguir sair para causar perigo ao adversário. É um jogo difícil, eles terão muita motivação para o jogo, querendo fazer o resultado dentro de casa. Toda atenção é pouca, qualquer erro pode ser fatal. Bastante importante estar concentrado nessa partida.

Pergunta: A marcação é muito física com equipes da Argentina e Uruguai. Em 2013, você escapava na velocidade, no drible. Nesse tempo de carreira, como você aprendeu a lidar com essa marcação?

Bernard: Eu tenho que usar as formas diferentes, pensar antes de a bola chegar, enxergar o companheiro livre com velocidade, evitar o contato com o adversário, ser rápido nas arrancadas, pensar antes para fazer a diferença. É pensar dessa forma para evitar o contato. Mas, também, há situações inevitáveis. Precisamos ser firmes, mesmo que não ganhe todos os duelos, é causar desconforto ao adversário. Acho que a melhor forma de poder lidar com esse estilo de jogo.

Pergunta: o San Lorenzo está em crise, vem de transfer ban, perdeu jogadores importantes. Como isso pode ser favorável ao Galo?

Bernard: De nenhuma forma. Não existe crise dentro da Libertadores. Tenho certeza que eles terão jogadores que entendem a importância dessa competição. De saber que são dois jogos, passando esses dois jogos, é uma quartas de final. Não está tão longe de chegar à Glória Eterna. Não podemos nos apegar a essa fase difícil do adversário. São times que fazem jogos duros, de entrega, correria. Se eles estão vivendo esse momento difícil, posso supor que os dois jogos da Libertadores podem ser as cartadas finais deles. Quem acha que vai ser fácil por conta dessa fase ruim deles, está totalmente enganado.

Pergunta: Voltando a questão do clássico, você não tinha pegado esse cenário de apenas uma torcida. Como avaliou esse ambiente? Concorda em ter clássico de torcida única?

Bernard: Difícil dizer, envolve segurança, “n” questões que dificultam um palpite ou conclusão. Para os jogadores, ter o estádio dividido, com a presença da torcida, é sempre melhor, pelo apoio. Eu entendo o outro lado. Foi um jogo bastante físico, também. É a cara do clássico, tivemos algumas oportunidades. No final, acredito que teríamos uma festa mais bonita se tivéssemos um clássico de torcida dividida, seja no Mineirão ou na Arena MRV.

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