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Patrão da bola

Há 50 anos, Toninho Cerezo estreava pelo Galo

Lendário volante foi hexacampeão mineiro

19/2/2024 10:29
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Acervo/Galo
Acervo/Galo

Foi contra um clube hoje extinto, e em um estádio que também não existe mais, que há exatamente cinco décadas Antônio Carlos Cerezo entrava em campo pela primeira vez com a camisa do Galo.

Toninho Cerezo foi um dos maiores jogadores da história de quase 116 anos do Galo, pilar do lendário time hexacampeão mineiro entre 1978 e 1983. Nesse período, Cerezo defendeu a seleção brasileira em duas Copas do Mundo – em 1978, na Argentina, e 1982, na Espanha. O ‘patrão da bola’, como ficou conhecido, foi o primeiro jogador atleticano a ser titular da seleção brasileira em um Mundial.

Filho de um palhaço de circo, foi no bairro Esplanada, região Leste de Belo Horizonte, que Cerezo deu os primeiros passos no futebol. Atuando pelo Ferroviário, clube amador do bairro, foi descoberto por um olheiro atleticano, que o levou para as categorias de base do Galo. Estreou pelos juniores em 1972, sendo emprestado ao Nacional-AM para adquirir experiência. Com um talento invejável no meio-campo, logo foi reintegrado pelo Atlético, então comandado por Telê Santana.

A estreia no time profissional do Atlético aconteceu em 19 de fevereiro de 1974, contra o CEUB, do Distrito Federal, no estádio Édson Arantes Nascimento, o Pelezão. Cerezo substituiu Fausto em um time que contava com nomes como Grapete, Vantuir, Reinaldo, Vanderlei Paiva, e era dirigido por Telê. O placar final foi 2 a 2, e o Galo ficou com o troféu do torneio Vitória-Minas, após vencer nos pênaltis, por 4 a 3.

Começava ali, no Distrito Federal, uma carreira brilhante com a camisa atleticana. No jogo seguinte, um clássico contra o Cruzeiro, vencido pelo Galo por 3 a 1, Cerezo já ocupava um lugar no meio-campo titular, ao lado do campeão brasileiro Vanderlei Paiva. O primeiro gol com a camisa do Galo foi em um amistoso contra o Campinaverdense, em 13 de junho de 1974, na vitória por 5 a 0, em Campina Verde.

Toninho Cerezo defendeu as cores alvinegras até 1983. Foi peça fundamental no jovem time atleticano campeão mineiro invicto em 1976, que ajudou o Galo a retomar a hegemonia em Minas Gerais. Ele também participou de cinco dos seis títulos do hexacampeonato mineiro, entre 1978 e 83, maior sequência do futebol profissional no estado.

CerezoO meio-campista foi vendido à Roma em 1983, em uma das maiores transações do futebol brasileiro na época. Conquistou a Europa e voltou ao Galo em 1996, para encerrar a carreira no ‘glorioso’, conforme prometeu ao deixar o clube.

A última partida com a camisa do Atlético foi na estreia do time na Copa Centenário de BH, em 2 de agosto de 1997, contra o Milan, um dos maiores times do mundo. Atuando com a camisa 100, em alusão ao centésimo aniversário da sua Belo Horizonte, Cerezo atuou por 20 minutos.

Foi ovacionado por mais de 30 mil atleticanos que gritaram o seu nome nas arquibancadas do Mineirão. Ao sair de campo, escoltado pelo capitão do Milan, Paolo Maldini, foi cercado pelos repórteres antes de dar a volta olímpica. Só conseguiu dizer uma frase:

“Eu vou me despedir da Massa agora, por tudo que ela me deu”, e correu em direção à torcida que tanto o aplaudiu.

Cerezo jogou 400 partidas com a camisa atleticana e marcou 53 gols. Conquistou seis campeonatos mineiros (1976, 1978, 1979, 1980, 1981 e 1982), duas taças Minas Gerais (1975 e 1976), a Copa dos Campeões (1978) e a Copa Centenário (1997). Recebeu três bolas de Prata e duas de Ouro da Revista Placar.

Fotos: Acervo/Galo